Livro que li e achei muito legal. Se você um dia lê-lo também irá gostar.
1º)A estrela Amarela:
Esta é certamente uma história
arrepiante e que nos leva às lágrimas, mas não é apelativo . Narrada na primeira pessoa, ela é o meio encontrado por Sylvia
Pearlmutter para ajustar contas com um passado que tentou por tanto tempo
sepultar em sua memória.
Com o passar do tempo,
porém, a protagonista decide que chegou o momento de expressar através da
literatura a dor e o sofrimento que destruíram sua infância. Afinal de contas,
as imagens marcantes do nazismo estão sempre emergindo em seus sonhos e também
nas constantes lembranças.
Ela então decide transmitir
suas experiências passadas à sobrinha, a escritora Jennifer Roy, a qual tem o
dom de converter a narrativa da tia em um enredo sensível e comovente,
permitindo que a própria voz da protagonista flua através das páginas deste livro
inesquecível.
Sylvia é uma garota como
outra qualquer, com a diferença de que pesa sobre ela o estigma de ser judia em
plena ascensão do nazismo na Alemanha; ela viveu sua infância no gueto de Lodz,
um dos maiores refúgios criados na Polônia invadida pelos nazistas, no qual se
isolavam judeus e romenos.
Os pais da garota tentam
iniciar uma nova vida em Varsóvia, mas é quase impossível, nesta época, obter
um emprego, e eles voltam para Lodz. No gueto eles não têm outra escolha a não
ser deixar a residência em que viviam e se mudar com as duas filhas para um
apartamento minúsculo, totalmente desprovido de banheiro.
As meninas são obrigadas a
abandonar a escola; a primogênita arruma um emprego, seguindo o exemplo dos
pais, e Sylvia permanece completamente só em sua morada ao longo de todo o dia.
Neste período ela se vê diante da necessidade de criar novas atividades, pois
não traz mais consigo os antigos brinquedos.
A alimentação é restrita às
refeições permitidas pelos nazistas, e não raro a fome é a única opção. A
criança tem que se habituar às cores sombrias da região em que mora e com
eventos trágicos, como o desaparecimento de sua melhor amiga, Hava, que não
deixa atrás de si sequer um indício de sua existência, a não ser nas lembranças
de Sylvia.
A infância da protagonista é
assassinada pelas terríveis e obscuras páginas de uma história que todos
desejariam eliminar de suas memórias. Em um período no qual ser uma criança
judia era trazer consigo uma constante sentença de morte, já que nada de útil
ela podia oferecer aos nazistas, sobreviver foi uma grande vitória, mas que
teve seu preço em termos de profundas sequelas emocionais.
Como esquecer as noites
passadas em uma sepultura no interior de um cemitério? Ou os longos meses
trancados em um porão repleto de umidade ao lado de outras crianças menores e enfermas?
Elas eram as únicas remanescentes da população do gueto, e Sylvia estava
prestes há completar dez anos quando, pela primeira vez, vislumbrou a
perspectiva de ser livre com a chegada dos russos.
ggdf
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