sexta-feira, 1 de março de 2013

Síntese do conto "Amor" - Clarice Lispector


Ana era uma dona de casa muito dedicada, sentia-se conformada  com as atividades rotineiras da casa e da família. Ela aceitava a vida de adulto que levava  .No período da tarde saia para fazer comprar ou consertar algum objetivo. Num desses dias, saiu para fazer compras e ao retornar para casa pegou um  bonde (meio de transporte da época).Durante a viagem viu um cego parado no ponto, mascando chicletes normalmente.

Aquela paisagem começou a levar Ana a uma reflexão interior , pensando no jantar , mas olhando para o cego no ponto, pois diante dele só existia escuridão. Num movimento do bonde, as compras de Ana caíram no chão, quebrando os ovos e provocando risadas dos passageiros, que recolheram suas compras. O bonde continuou viagem e o cego desapareceu . Ana viu as pessoas parecendo perdidas e se agarrou ao banco do bonde e uma crise de existência instalou-se nela, fazendo com que ela perdesse o ponto para descer, indo parar no Jardim Botânico, onde resolveu ficar observando aquele lugar:  as plantas, a terra, o vento os animais.

De repente  Ana se lembrou da família e da hora do jantar, então se refez e voltou para casa. Mesmo com poucos ovos, o jantar foi bom.
Ana tinha  outro sentimento, parecia que ela agora amava mais a família, pois viu as dificuldades que o cego enfrentava e mesmo assim continuava agindo naturalmente .

Após o jantar, ela ouviu um estouro vindo do fogão e logo se  preocupou . Seu marido explicou que  era o café derramado que fez o barulho. Então,  ela olhou para ele e viu seu rosto cansado e  com olheiras. Foi quando começou a perceber a verdadeira  felicidade que tinha conquistado através do marido e dos filhos . 

Ao deitar-se , o marido segurou sua mão, esse gesto parecia natural. Agora ela não tinha mais dúvida sobre sua vida.

Curiosidades sobre Clarice Lispector




A obra de Clarice ultrapassou qualquer tentativa de classificação. A escritora e filósofa francesa Hélène Cixous vai ao ponto de dizer que há uma literatura brasileira A.C. (Antes da Clarice) e D.C. (Depois da Clarice).

Seu romance mais famoso talvez seja A hora da estrela, o último publicado antes de sua morte. Este livro narra a vida de Macabéa, uma nordestina criada no estado de Alagoas que migra para o Rio de Janeiro, e vai morar em uma pensão, tendo sua rotina descrita por um escritor fictício chamado Rodrigo S.M.

Clarice verteu para o português, em 1976, o livro Entrevista com o Vampiro, da autora estadunidense Anne Rice.
A primeira edição de Onde estivestes de noite foi recolhida por ter sido colocado, erroneamente, um ponto de interrogação no título.

Em artigo publicado no jornal The New York Times, no dia 11/03/2005, a escritora foi descrita como o equivalente de Kafka na literatura latino-americana. A afirmação foi feita por Gregory Rabassa, tradutor para o inglês de Jorge Amado, Gabriel García Márquez, Mario Vargas Llosa e de Clarice.

“A descoberta do mundo”, de Clarice Lispector, foi um dos livros prediletos do cantor, compositor e poeta Cazuza.
Em setembro de 1967, Clarice tentou apagar com as mãos um incêndio em seu quarto e ficou muito ferida. Passou três dias no hospital, entre a vida e a morte. Em conseqüência do acidente, perdeu um pouco da mobilidade da mão direita.
 

A escritora morreu de câncer no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes de completar 57 anos. Queria ser enterrada no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, mas não pôde porque era judia. Foi enterrada no Cemitério Israelita do Caju.

Fonte:http://www.guiadoscuriosos.com.br/categorias/447/1/clarice-lispector.html

Charge de Clarice Lispector


Fonte: http://lugardoleitor.blogspot.com.br/2012/02/clarice-lispector-palestra-de-jose.html



Fonte: http://novacharges.wordpress.com/tag/clarice-lispector



Clarisse Lispector
Fonte:http://pedrohenb.wordpress.com/2006/11/15/clarisse-lispector/




Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyraE_MJPN9sGGCLXlhjDNPc3pC4W104aPRjUL0h5hxqtEU_MCvB4ghSRcF9qBhc6qT64_d5i5EPWsmU3ICYz0pjnH8771cOuR0UOfUNVsz1xksbEgnEE1lWJQEc4y8J1xiSlBYu3YrDg/s1600/clarice1+copy.JPG




Fonte:http://www.artefiguras.com.br/blog/2009/06/09/caricaturas-para-livros-didaticos-no-balanco-semestral/

Frases de Clarice Lispector






"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.

"Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós.

“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.”

“Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.”

“Sou como você me vê.Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,Depende de quando e como você me vê passar.”

“Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós.

“É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.

“E se me achar esquisita,respeite também.até eu fui obrigada a me respeitar.”

“Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.”

“Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito.”

“Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras. Sou irritável e firo facilmente. Também sou muito calmo e perdôo logo.Não esqueço nunca. Mas há poucas coisas de que eu me lembre.Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação.”

“Passei a vida tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar.”






Biografia de Clarice Lispector


Clarice Lispector (1920-1977) foi escritora e jornalista brasileira. "A Hora da Estrela" foi seu último romance, publicado em vida.
Clarice Lispector (1920-1977) nasceu em Tchetchelnik na Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1920. Filha de família de origem judaica, Pinkouss e Mania Lispector. Sua família veio para o Brasil em março de 1922, para a cidade de Maceió, Alagoas, onde morava Zaina, irmã de sua mãe. Nascida Haia Pinkhasovna Lispector, por iniciativa do seu pai, todos mudam de nome, e Haia passa a se chamar Clarice.
Em 1925 mudam-se para a cidade de Recife onde Clarice passa sua infância no Bairro da Boa Vista. Aprendeu a ler e escrever muito nova. Estudou inglês e francês e cresceu ouvindo o idioma dos seus pais o iídiche. Com 9 anos fica órfã de mãe. Em 1931 ingressa no Ginásio Pernambucano, o melhor colégio público da cidade.
Em 1937 muda-se com a família para o Rio de Janeiro, indo morar no Bairro da Tijuca. Ingressa no Colégio Silva Jardim, onde era frequentadora assídua da biblioteca. Ingressa no curso de Direito. Com 19 anos publica seu primeiro conto "Triunfo" no semanário Pan. Em 1943 forma-se em Direito e casa-se com o amigo de turma Maury Gurgel Valente. Nesse mesmo ano estreou na literatura com o romance "Perto do Coração Selvagem", que retrata uma visão interiorizada do mundo da adolescência, e teve calorosa acolhida da crítica, recebendo o Prêmio Graça Aranha.
Clarice Lispector acompanha seu marido em viagens, na carreira de Diplomata no Ministério das Relações Exteriores. Em sua primeira viagem para Nápoles, Clarice trabalha como voluntária de assistente de enfermagem no hospital da Força Expedicionária Brasileira. Também morou na Inglaterra, Estados Unidos e Suíça, sempre acompanhando seu marido.
Em 1948 nasce na Suíça seu primeiro filho, Pedro, e em 1953 nasce nos Estados Unidos o segundo filho, Paulo. Em 1959 Clarice se separa do marido e retorna ao Rio de Janeiro, com os filhos. Logo começa a trabalhar no Jornal Correio da Manhã, assumindo a coluna Correio Feminino. Em 1960 trabalha no Diário da Noite com a coluna Só Para Mulheres, e lança "Laços de Família", livro de contos, que recebe o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. Em 1961 publica "A Maçã no Escuro" pelo qual recebe o prêmio de melhor livro do ano em 1962.
Clarice Lispector sofre várias queimaduras no corpo e na mão direita, quando dorme com um cigarro aceso, em 1966. Passa por várias cirurgias e vive isolada, sempre escrevendo. No ano seguinte publica crônicas no Jornal do Brasil e lança "O Mistério do Coelho Pensante". Passa a integrar o Conselho Consultivo do Instituto Nacional do Livro. Em 1969 já tinha perto de doze volumes publicados. Recebeu o prêmio do X Concurso Literário Nacional de Brasília.
A melhor prosa da autora se mostra nos contos de "Laços de Família" (1960) e de "A Legião Estrangeira" (1964). Em obras como "A Maçã no Escuro" (1961), "A Paixão Segundo G.H." (1961) e "Água-Viva" (1973), os personagens, alienados e em busca de um sentido para a vida, adquirem gradualmente consciência de si mesmos e aceitam seu lugar num universo arbitrário e eterno.
Clarice Lispector, escreveu "Hora da Estrela" em 1977, onde conta a história de Macabéa, moça do interior em busca de sobreviver na cidade grande. A versão cinematográfica desse romance, dirigida por Suzana Amaral em 1985, conquistou os maiores prêmios do festival de cinema de Brasília e deu à atriz Marcélia Cartaxo, que fez o papel principal, o troféu Urso de Prata em Berlim em 1986.
Clarice Lispector morreu no Rio de Janeiro em 9 de dezembro de 1977. de câncer no ovário e foi enterrada no cemitério Israelita do Caju.

Obras de Clarice Lispector

Perto do Coração Selvagem, romance, 1944
O Lustre, romance, 1946
A Cidade Sitiada, romance, 1949
Alguns Contos, conto, 1952
Laços de Família, conto, 1960
A Maçã no Escuro,romance, 1961
A Paixão Segundo G.H., romance, 1961
A Legião Estrangeira, conto, 1964
O Mistério do Coelho Pensante, literatura infantil, 1967
A Mulher Que Matou os Peixes, literatura infantil, 1969
Uma Aprendizagem ou Livro dos Prazeres, romance, 1969
Felicidade de Clandestina, conto, 1971
Água Viva, romance, 1973
Imitação da Rosa, conto, 1973
A Via-Crucis do Corpo, conto, 1974
A Vida Íntima de Laura, literatura infantil, 1974
A Hora da Estrela, romance, 1977

Fonte:http://www.e-biografias.net/clarice_lispector/

Entrevista com Clarice Lispector



Arquivo carregado dia: 31/07/2011 por Andre Bispo Vivo 

Esta entrevista com  Clarice Lispector, foi apresentada pelo programa Panorama Especial e transmitida pela TV Cultura em 1977. 
Clarice apresenta-se de forma natural e existencialista ao tratar da figura humana e de si mesma (expondo em suas obras sentimentos que fazem parte da nossa existência, como:medo, angústia, desprezo, dentre outros afirmados pela própria Clarice Lispector.


Produção de Texto sobre Clarice Lispector


“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”
Clarice Lispector


Clarice Lispector, uma escritora diferente das outras, devido à sua psicologia, que a transformava em  uma mulher sofrida  ao escrever, pois conseguia transmitir sentimentos  através de seus personagens.

Ela nasceu na Ucrânia, depois veio para o Brasil com os pais e viveu no Estado de Pernambuco. na cidade de Recife.

No Brasil, conheceu seu esposo, com quem teve um filho.

Na família de Clarice havia uma escritora , sua mãe, porém a mãe não lhe contava o que escrevia, os textos eram escritos, mas não publicados.

Quando Clarice começou a ler seus primeiros livros, já tinha em mente que seria uma escritora. Iniciou sua carreira escrevendo histórias para jornais e revistas.Suas duas irmãs também eram escritoras. Até hoje soube –se que escreveram dois contos, uma de suas irmãs escrevia romances e a outra literatura política.

Clarice quando viva ainda, optou por  não escrever  para jornais e revistas, mas sim, contos, poesia e crônicas para publicação em livros.

Morreu em 1977, porém para algumas pessoas ela continua viva através de seus livros.